Etapa 3: O Alvo Unificado – A Nova Meta Terapêutica
Esta etapa aborda uma das mudanças mais impactantes da nova diretriz: a unificação e intensificação das metas de tratamento, simplificando a conduta clínica e ampliando a proteção cardiovascular.
Como Era na Diretriz de 2020: Metas Estratificadas
A abordagem anterior definia metas de PA com base no risco do paciente:
- Risco Baixo ou Moderado: A meta geral era manter a PA abaixo de 140/90 mmHg.
- Alto Risco Cardiovascular: Para pacientes com DAC, AVE prévio, DRC ou diabetes, a recomendação era mais intensa, buscando uma PA abaixo de 130/80 mmHg.
- Idosos: As metas eram ainda mais personalizadas, com alvos de PAS entre 130-139 mmHg para idosos hígidos e 140-149 mmHg para idosos frágeis.
O Que Mudou na Diretriz de 2025: Simplificação e Intensificação
A nova diretriz, baseada em evidências robustas, promoveu uma mudança radical, unificando a meta de tratamento para a grande maioria dos pacientes:
- Meta Universal para Hipertensos: Recomenda-se a meta de PA < 130/80 mmHg para todos os pacientes com hipertensão, independentemente de o risco CV ser baixo, moderado ou alto.
- Tratamento na Pré-Hipertensão de Alto Risco: Para indivíduos com pré-hipertensão (PA 130-139/80-89 mmHg) e alto risco CV, a meta também é < 130/80 mmHg, com início de tratamento medicamentoso se a meta não for atingida após 3 meses de mudanças no estilo de vida.
O novo padrão de PA < 130/80 mmHg para a vasta maioria dos hipertensos combate a inércia terapêutica e democratiza os benefícios do controle pressórico mais intensivo. Contudo, a diretriz mantém a importância do julgamento clínico, recomendando que, para pacientes frágeis, muito idosos (≥80 anos) ou com intolerância, a meta deve ser o menor valor de PA tolerado. Assim, a regra é clara, mas as exceções que garantem a segurança do paciente estão preservadas.